A crise econômica brasileira tem se arrastando desde 2015. Os primeiros sinais apareceram em 2014 com a crise no setor energético, a desaceleração do Produto Interno Bruto e no fim daquele ano, as empresas, principalmente as de exportações que começavam as demissões. Os anos de 2015 e 2016, além de toda a crise econômica já instaurada a crise política desencadeou uma depressão econômica e o Brasil se viu no fundo do poço.
O ano de 2017 iniciou-se como o ano da melhora econômica. Saímos da crise sim, mas com graves sequelas, essa é considerada a recuperação mais lenta da história de nosso país. O crescimento do PIB de 1,0% não foi o suficiente para melhorar a vida de um contingente de 13 milhões de desempregados e quase 13 milhões de pessoas subempregadas.
É um quarto da população economicamente ativa a deriva. Saímos da crise, mas vivemos uma econômica de padaria. Não há grandes indústrias high tech, nem serviços empresariais sofisticados e com escala. Não há inovação tecnológica e nem novos produtos. As promessas de reformas ou as reformas efetuadas pelo governo federal em nada ajudaram para recuperar o fôlego de nossa economia. Afinal, muitas das contratações ou do crescimento vieram por conta da necessidade humana, ou seja, serviços básicos e necessários para a sobrevivência.
Vale lembrar que o crescimento de 2017 se deu muito por conta da super-safra, que não se repetiram em 2018, alguns resultados positivos vieram por conta da liberação das contas inativas do FGTS, que injetou dinheiro na nossa economia e limpou o nome de um contingente de negativados, abrindo a possibilidade de crédito e consumo. Mas essas medidas não são sustentável ao longo prazo, e os empresários sabem disso, por isso as taxas de investimento nas grandes indústrias, que demandam mão de obra qualificada e melhores empregos não vem crescendo.
Tendo em vista todo esse cenário desastroso, só resta aos investidores e a própria população, que anda arredia com o governo, esperar os resultados das eleições de outubro e o que o próximo presidente tem a propor para resgatar o Brasil desse poço que não tem fim.
Os cenários são muito incertos. Fato é que o candidato do mercado financeiro não tem emplacado e os candidatos mais bem colocados são incógnitos. Um ex-presidente muito popular entre as classes mais baixas, com brigas na justiça afirma que vai revogar todas as reformas feitas pelo então governo, o segundo colocado, é uma incerteza pela sua falta de conhecimento técnico e aparentemente se mostra decorativo para o Planalto. Fato é que economicamente falando ambos os resultados geram incertezas politicas e econômicas, deixando o mercado estagnado até as eleições.
Entre a população as incertezas continuam, até porque além do contingente de desempregados, aqueles que conseguiram retornar ao mercado de trabalho os salários estão mais baixo do que anteriormente, e essa situação só agrava retrocesso econômico que implica numa queda do consumo de massa, que consequentemente não gera consumo suficiente para levar as empresas a investir em tecnologia e aumento da produção e sem investimentos elas não criam empregos.
É um ciclo vicioso, as empresas não contratam ou contratam com salários mais baixos, a população não consome o suficiente o que consequentemente implica nos baixos investimentos e na baixa produção.
Infelizmente, somente após o fim das eleições e da definição de quem será o nosso próximo governante, vamos poder prever com um pouco mais de assertividade nossas previsões econômicas. Talvez assim, as empresas tenham mais segurança de definirem suas políticas de investimento e aquecer novamente o mercado. Até lá, o caminho encontra-se obscuro e incerto tanto para os empresários brasileiros quanto para a população.