Educação ambiental vivencial

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Foto: Pixabay
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É sabido que uma forma de se reduzir, ou minimizar, os impactos negativos do crescimento urbano é a adoção de práticas que tenham como objetivo preservar, conservar e recuperar o meio ambiente, de forma a contribuir para um desenvolvimento equilibrado e comprometido com uma melhor qualidade de vida para a população.

A partir desta necessidade real, e uma vez que os municípios geralmente carecem de iniciativas com esta vocação, a implantação de um espaço para Educação ambiental vivencial, chamado por mim de EVAS – Espaço de Vivência Ambiental Sustentável se torna decisivo para o bom enfrentamento das pressões atuais do desequilíbrio entre as questões sociais, ambientais e econômicas instaladas.

O principal objetivo de se criar um espaço como o EVAS, uma modalidade inovadora de “Centro de Educação Ambiental”, é oferecer uma experiência em educação ambiental vivencial, especialmente orientada para o público jovem em idade escolar , e de forma mais abrangente, para toda a população interessada e que esteja dentro do raio de abrangência física, direta e indireta, desse Espaço.

O grande diferencial desta proposta está no método pedagógico vivencial, que permitirá ao visitante experimentar na prática os conceitos teóricos de meio ambiente e sustentabilidade e, a partir daí, disseminar, multiplicar e reeditar o conhecimento adquirido em sua realidade local.

Abandona-se então a postura passiva do escutar e adota-se a postura proativa do criar…

Além da vivência experimental, um espaço como o EVAS deverá oferecer também outras ações de interação e utilidade, como palestras, seminários, oficinas e cursos de capacitação, de modo a possibilitar o envolvimento de diversos agentes da comunidade local, tais como educadores e instituições públicas e privadas de ensino. As escolas passam então a ser protagonistas neste modelo de Educação Ambiental.

Para a efetivação destas atividades pensadas, há também que se viabilizar um espaço físico com instalações adequadas, e quase sempre diferentes do convencional, que possam atender de forma integral a todo o público alvo da proposta, e que seja customizado, no detalhe, segundo as necessidades e a realidade local de onde será construído. A iniciativa privada passa então a ser uma potencial parceira deste modelo de Educação Ambiental.

 Premissas da proposta de construção do EVAS:

  1. Escolha da área onde serão construídas as instalações privilegiando-se a facilidade de acesso por modal de transporte mais sustentável conjugada com a possibilidade de reutilização de áreas degradadas do município;
  2. Aplicação da melhor técnica, no melhor custo, para a construção das instalações, considerando: A utilização prioritária de materiais reaproveitados e/ou reciclados gerados no município; A facilidade de uso, acesso e a possibilidade de replicação das tecnologias pelo público visitante em suas comunidades de origem e ainda a utilização de conceitos de Permacultura;
  3. Utilização de fornecedores e parceiros prioritariamente locais e comprometidos com boas práticas de sustentabilidade;
  4. Contratação e desenvolvimento de colaboradores que se afinem com os valores da EVAS e que prioritariamente residam próximos à Sede do projeto;
  5. Criação de parceria com a comunidade local através da doação de benefícios ambientais e da possibilidade de geração de renda derivada dos princípios da boa gestão ambiental;
  6. Criação de parceria com o poder público local para iniciativas na área de educação;
  7. Utilização racional e otimizada dos recursos naturais, renováveis ou não, aplicando sempre o protocolo da régua de prioridade de ação da Política Nacional de Resíduos Sólidos: “Não gerar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Tratar e Destinar”.
  8. Utilização de metodologia adequada para a neutralização da pegada ambiental nas fases de implantação e operação do projeto;
  9. Utilização da meritocracia nas relações da EVAS com seus colaboradores, fornecedores e parceiros;
  10. Utilização de Plano de Marketing profissional;
  11. Utilização e difusão dos princípios da Gestão do Conhecimento;
  12. Utilização de Planejamento Estratégico e Avaliação de Desempenho por Indicadores;
  13. Utilização do Modelo de relatório GRI para a publicação de resultados e aprendizados

Se houver boa vontade e a correta canalização de esforços e recursos, o modelo EVAS poderá nascer e se multiplicar rapidamente, visto que enxerga as necessidades locais do público alvo, que passa a ter papel ativo, e acolhe a colaboração de parceiros comprometidos com a vivência da sustentabilidade.

Vamos conversar sobre parceria?

Paulo Taveira, é educador ambiental, químico de formação, professor e consultor de profissão e autor do site fosfatize.com.br