E a crise, passou?

Pâmela Sobrinho, coluna Economia

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Reprodução Google
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Após dois anos consecutivos de quedas intensas na economia brasileira e uma dolorosa depressão econômica, estamos oficialmente fora da crise, o IBGE divulgou o resultado do PIB, que apresentou um tímido crescimento de 1%, mas suficiente para acalmar os ânimos do mercado financeiro, entretanto anos luz de alcançar os resultados de 2010/2011.

Há muito que se contestar sobre esse glorioso 1% de crescimento, pois não há indicadores de solidez de crescimento, isso porque o grande responsável para o desempenho positivo, a agropecuária, recebeu, digamos uma ajudinha divina, com uma super-safra recorde e um crescimento de 13% no ano, o que não deve se repetir em 2018.

Já a indústria, responsável pela geração de empregos com melhores salários e consequentemente capaz de melhorar o mercado interno, ficou estagnada no zero a zero. A sua recuperação mais lenta reflete ainda um mercado consumidor arisco a dividas de longo prazo, porém, como existe a necessidade de consumo, afinal os produtos precisam ser renovados, o ultimo trimestre apresentou um tímido crescimento de 0,5%, tendendo a uma retomada sutil em 2018. Outro fator que influencia o crescimento da indústria é o investimento do setor produtivo, depois de longos 14 trimestres de baixa, a formação bruta de capital fixo apresentou uma queda um pouco menor. O que aumentou os ânimos do mercado e tem indicado que o ano de 2018 apresentará sinais de melhora econômica.

Como o crescimento na indústria influência diretamente o setor de serviços e comércio e o segmento apresentou um crescimento 0,3%, muito da influencia desse segmento advém pela baixa inflacionaria, resultado da profunda crise que enfrentávamos e da liberação dos recursos inativos do FGTS. Em uma economia saudável, o aquecimento da economia gera aumento de renda e com isso aumento do consumo, entretanto, infelizmente essa não foi à causa do nosso crescimento.

Para 2018, a retomada do consumo nas camadas mais baixas de renda é muito lenta, isso porque ainda temos um contingente de doze milhões de desempregados e os empregos que estão sendo oferecidos são de qualidade um tanto duvidosa, com isso, existe uma expectativa de crescimento do consumo, mas muito mais lento e abaixo do esperado para um superaquecimento econômico.

Com algumas “pequenas e milagrosas ajudas” saímos de uma profunda depressão econômica e tomamos fôlego para continuar a retomada do crescimento e pelos indicadores do PIB, podemos esperar um continuo crescimento da economia em 2018, agora para resultados ainda melhores, acho que só mesmo com a intervenção divina.