Por Paulo Taveira
A aula que você assiste hoje foi pensada em 1910… o que fazer?
Em 1910 a Universidade de Chicago produziu um estudo que mostrou que os estudantes não conseguiam manter a atenção num determinado tema por mais de 50 minutos. Por isso criou-se o sistema de aulas de 50 minutos, até hoje utilizado na maioria das escolas mundo afora.
Atualmente, com toda a oferta de informação e multi atividade, esse número caiu para algo em torno de 8 a 10 minutos.
Mas, então como um jovem consegue ficar horas à fio concentrado em um jogo de vídeo game, por exemplo, mas não consegue se concentrar em mais de 1 minuto de uma aula?
A resposta, segundo o Dr. Francisco Mora, médico Espanhol e doutor em neurociência pela Universidade de Oxford, em entrevista concedida ao Jornal El País, é que ninguém aprende se não estiver motivado, e que esse aprendizado, além da atenção, exige também uma certa dose de emoção. Ou seja, enquanto as aulas estiverem dimensionadas em métricas do século passado para pessoas do século presente, haverá uma desconexão, atenção ou emoção.
Isso sugere, por exemplo, que os professores busquem alternar seu método de lecionar a cada 10 ou 15 minutos. Vale alterar a entonação de voz, mostrar vídeos, criar debates e incentivar perguntas cruzadas entre os alunos, por exemplo. Também interessa que os professores busquem a utilização de elementos provocadores que possam tirar os alunos da sua zona de conforto.
Tá! Mas e se os professores continuarem lecionando no método do século passado?
Então a responsabilidade de buscar a motivação (que é uma característica própria, interna mesmo) passa a ser prioritariamente do estudante (ou dos seus responsáveis, no caso deste ser muito jovem). Quanto mais desperto ele estiver para essa necessidade emocional e quanto mais entender o porquê de estar estudando (com metas claras e resultados finais alcançáveis), mais rápido e fácil ele vai aprender.
E, é claro, menos “sofrível” será a experiência…
As maiores barreiras para o aprendizado são então: a FALTA DE MOTIVAÇÃO e a PROCRASTINAÇÃO, filha preferida dessa.
Dicas para melhorar seu desempenho como estudante já em sala de aula, independente do seu professor
Apesar do sucesso nos estudos ser o resultado de uma espécie de parceria boa entre professor e estudante, a sua participação, como estudante, em sala de aula é o grande primeiro passo em direção ao sucesso no processo de aprendizagem. Quanto mais participativa e interativa for a sua presença enquanto a matéria é dada, mais fácil será o trabalho fora da sala de aula. Afinal, se às vezes não é muito fácil reter o conteúdo com a informação repassada diretamente pelo professor, mais difícil será entendê-lo sozinho.
Assim, é bastante recomendável que você:
- Sente-se o mais próximo possível do professor (vença sua timidez!), atentando-se para seus limites de capacidade visual;
- Escute atentamente o que é dito, interaja com o professor e faça perguntas;
- Se você se senta próximo a um grupo de colegas que conversam e dispersam muito, convide-os para adotarem também essa nova postura atenciosa. Caso não se engajem, busque outro lugar;
- Evite anotar tudo que é dito ou escrito pelo professor enquanto ele repassa o conteúdo, de modo a não dividir o foco da sua atenção em várias tarefas. Deixe o ato de escrever a matéria para a parte de fixação de conteúdo;
- Não grave ou filme o que o professor está explicando, pois essa atitude que parece ser inteligente, na verdade é uma muleta que induz o seu cérebro a desligar o “botão da atenção”, aumentando, e até mesmo dificultando, o trabalho fora de sala de aula;
- Mantenha seu telefone em modo silencioso e guardado na mochila, ou fora do alcance dos olhos e mãos. Discipline-se a consultá-lo apenas nos horários oficiais de intervalo;
- Obviamente, não use colas durante as provas. Use-as apenas como método de preparação e estudo…
Então é isso!
Se quiser conhecer mais dicas sobre estudos e aprendizagem dê uma olhada aqui no meu CANAL no YouTube. Se inscreva e habilite o “sininho” para receber avisos sobre os vídeos novos.
Abraço!