O WhatsApp anunciou a primeira iniciativa para combater as fake news: o mensageiro irá oferecer 20 bolsas de US$ 50 mil (cerca de R$ 195 mil, em conversão direta) para estudos que auxiliem na proliferação de boatos. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de São Paulo nessa terça-feira (3) e confirmada pelo TechTudo.
O incentivo será concedido a pesquisadores que busquem compreender o fenômeno e para encontrar alternativas que impeçam a distribuição dessas mensagens, sem prejudicar a privacidade dos usuários. Entre as maiores preocupações estão as falsificações que envolvem saúde e eleições.
Pesquisadores interessados em participar do programa de bolsas devem enviar ideias até 12 de agosto. São cinco os pilares para os estudos, conforme divulgou o mensageiro:
Processamento de informações de conteúdo problemático.
- Informações relativas a eleições.
- Efeitos de rede e viralidade
- Detecção de comportamento problemático em sistemas criptografados.
A empresa destaca que nenhum dado de usuários de WhatsApp será compartilhado com pesquisadores. A documentação também esclarece que “todos os dados gerados pelas pesquisas serão propriedade intelectual dos pesquisadores e não precisam ser compartilhados com o WhatsApp”.
O mensageiro vem buscando alternativas para evitar o fenômeno dasfake news. No começo de junho, a versão experimental (Beta) do app para Android ganhou um indicador de mensagens compartilhadas. O rótulo “Encaminhada” indica que o texto não foi escrito pela pessoa que o está repassando.
Um dos entraves para a checagem de notícias no WhatsApp é a criptografia de ponta a ponta. Em funcionamento desde abril de 2016, o recurso impede que as mensagens de usuários sejam lidas por pessoas que não estejam participando das conversas. Atualmente, todas as contas cadastradas no serviço já contam com a tecnologia.
Aplicativo de mensagens mais utilizado do Brasil, com 120 milhões de usuários no país, o WhatsApp enfrenta problemas com a disseminação de boatos. Em estudo inédito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP), 1.145 pessoas entre 2.520 entrevistados (51%) alegaram ter recebido notícias falsas sobre a morte da vereadora Marielle Franco, em março.
Fonte: Techtudo G1