Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Betim têm percorrido equipamentos públicos, para sensibilizar a população sobre a importância da campanha de conscientização para prevenção da tuberculose. Os profissionais já estiveram no Centro Pop e Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). De acordo com a gerente da Vigilância Epidemiológica da SMS, Valdenice Gonçalves, “o objetivo é informar a população sobre a prevenção e diagnóstico precoce contra a tuberculose”.
De 2014 a 2017, o município registrou 244 casos da doença, segundo dados da SMS. Dentre os casos notificados, 27 pacientes abandonaram o tratamento, 162 se curaram e 19 morreram em decorrência da doença.
A gerente da Vigilância Epidemiológica orienta os pacientes com suspeita da doença a procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de sua referência, para dar início ao atendimento. Todo o tratamento é realizado pelo SUS e as 34 UBS da cidade estão preparadas para atender a demanda proveniente da doença.
Alguns grupos são considerados prioritários por apresentarem baixa imunidade. São eles, as pessoas HIV positivas, com câncer, em situação de rua, privadas de liberdade, dentre outras. Por isso, nesses casos, ao apresentarem tosse por mais de duas semanas, com ou sem catarro, devem ser atendidas pela atenção básica para que sejam feitos os exames necessários. Para os demais grupos, o prazo de alerta é a partir de três semanas de tosse.
Vale ressaltar que a tuberculose é a principal causa de óbito em pessoas vivendo com HIV/Aids. Dentre os casos novos diagnosticados por tuberculose com exame HIV positivo, que evoluíram para óbito, foram registrados 4% em 2014, 7% (2015), 6% (2016) e nenhum em 2017.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui assistência para o diagnóstico, tratamento e medicação gratuita para os pacientes. O diagnóstico precoce, a adesão e o não abandono ao tratamento contra a tuberculose são fundamentais para a cura e para reduzir a morbimortalidade da doença.
O que é tuberculose, transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa considerada sério problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo o Brasil é um dos países com maior incidência de novos casos, entre os 22 países em desenvolvimento. De acordo com o Ministério da Saúde, anualmente acontecem 69 mil casos novos no país, com uma média de 4.500 óbitos.
É uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. O principal sintoma é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório – pessoa com tosse por três semanas ou mais – seja investigado. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.
A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem com o HIV/Aids, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico. A tuberculose é uma doença de transmissão aérea – ocorre a partir da inalação de aerossóis. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.
A transmissão é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos.
Para o diagnóstico da doença são utilizados os seguintes exames: baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para microbactéria, além da investigação complementar por exames de imagem. O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a suspeita de tuberculose por meio de exames laboratoriais.
A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente pelo SUS. Outra maneira de prevenção é identificar a “infecção latente de tuberculose”, que acontece quando uma pessoa convive com alguém afetado pela doença. Nesse caso, é necessário procurar uma unidade de saúde. Pessoas que possuem o bacilo recebem tratamento para prevenir o adoecimento.
A tuberculose tem cura e o tratamento, que dura no mínimo seis meses, é gratuito e disponibilizado pelo SUS, sendo imprescindível obedecer os princípios básicos da terapia medicamentosa. O estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e paciente é fundamental para que haja adesão positiva ao tratamento e, assim, as chances de abandono serem reduzidas.
Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independentemente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos.