Para mulheres com mais de 40 anos, o grande desafio é passar pelo climatério, período posterior à fase reprodutiva, sem sofrer com os sintomas típicos dessa fase que envolve mudanças fisiológicas, psicológicas e sociais. “O climatério pode começar por volta dos 35 aos 40 anos e se estender até a menopausa, ou seja, até a última menstruação da mulher, que fecha esse período. A confirmação ocorre se a mulher ficar 12 meses ininterruptos sem menstruar”, explica o ginecologista Edvaldo Cavalcante.
Ele lembra que, apesar das situações que podem ocorrer, o mais importante é que a mulher se informe sobre o climatério e se prepare física e mentalmente para passar por essa transição. “Felizmente, hoje é possível aliviar os sintomas e tratar os problemas que podem surgir no climatério, na menopausa e na pós-menopausa visando à melhora da qualidade de vida”, comenta o médico.
Por isso, é fundamental encontrar um médico que procure tratar o climatério de forma global, ou seja, levando em consideração todos os aspectos, como o físico, o emocional e o social.
Abaixo, o ginecologista cita alguns dos efeitos do climatério e como lidar com eles:
Fogachos
Esle problema vasomotor é associado à queda do nível de estrogênio. A mulher pode sentir uma sensação repentina de calor no rosto e na parte de cima do tórax que se espalha pelo corpo. Há intensa transpiração e a pele pode ficar mais avermelhada devido à dilatação dos vasos. Em seguida, cerca de dois a quatro minutos, há uma queda rápida da temperatura, com sensação de frio ou de calafrios. Isso pode ocorrer várias vezes ao dia e durante a noite, o que pode causar insônia e afetar a qualidade de vida da mulher. Os fogachos geralmente aumentam com o estresse e podem estar associados a ansiedade e palpitações (batimentos cardíacos acelerados), lembrando até um “ataque de pânico”.
Como lidar: a terapia de reposição hormonal é o tratamento mais efetivo para gerenciar os fogachos. Entretanto, nem todas as mulheres tem indicação para repor hormônios. Neste caso, recomenda-se praticar atividades físicas, técnicas de relaxamento, adotar uma dieta balanceada e procurar manter o corpo fresco durante o dia e enquanto dorme.
Osteoporose
A redução dos níveis de estrogênio leva à perda da massa óssea. Com isso, uma em cada três mulheres irá desenvolver a osteoporose, principalmente na menopausa ou na pós-menopausa. O principal problema ligado à osteoporose são as fraturas e suas consequências, como incapacidade e até mortalidade.
Como lidar: a prática de atividade física é uma das melhores maneiras de prevenir e tratar a osteoporose. Os exercícios devem visar ao aumento da força muscular, da estabilidade, do equilíbrio e da mobilidade. A terapia de reposição hormonal também pode ser feita e há outros medicamentos específicos para a perda de massa óssea.
Vida Sexual
O estrogênio é responsável pela lubrificação vaginal. Portanto, a diminuição dos níveis do hormônio leva ao ressecamento da vagina. Como consequência, a mulher pode apresentar dor durante a relação sexual (dispareunia). O desejo sexual pode diminuir e pode ser preciso mais tempo nas preliminares para levar à excitação.
Como lidar: o ressecamento vaginal é facilmente tratável. O médico pode prescrever hormônios de uso tópico que melhoram a secura vaginal. Além disso, a mulher pode usar gel lubrificante durante as relações e um hidratante vaginal para manter a umidade de maneira prolongada. A queda da libido pode melhorar com a reposição hormonal.