Hospital Alberto Cavalcanti oferece tratamento humanizado

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Reprodução/FHEMIG

Unidade da Fhemig é referência em atendimento oncológico em Minas Gerais

A campanha Outubro Rosa vem lembrar a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, que é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil. O Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), que integra o Complexo de Especialidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é a principal referência em oncologia na rede pública estadual. Somente de janeiro a setembro deste ano, a unidade já realizou mais de 2.500 consultas e quase 150 cirurgias de pacientes que estão tratando o câncer de mama, além de mais de 8.400 sessões de quimioterapia.

As pacientes têm acesso à equipe multidisciplinar e à assistência integral – diagnóstico, tratamentos quimioterápicos, consultas ambulatoriais, cirurgias, terapias, orientações nutricionais e cuidados paliativos – além de atendimento humanizado, que contribui para a melhoria da autoestima, conforto e bem-estar.

Entre as ações, a unidade disponibiliza o estúdio de perucas: espaço onde as mulheres podem escolher, entre uma infinidade de modelos, uma peruca para usar enquanto estiverem em tratamento. Há também próteses mamárias provisórias, além de batons, brincos e demais acessórios para o embelezamento das pacientes.

Saionara Antônia Teixeira Siqueira, 53 anos, está em tratamento no HAC e esteve no estúdio de perucas para experimentar alguns modelos.  “É uma iniciativa maravilhosa, ajuda muito a recuperarmos um pouco da nossa autoestima. Eu tinha o cabelo abaixo dos ombros e, após 20 dias de quimioterapia, começou a cair bastante. O médico já havia me orientado, mas quando você vive isso é diferente. Fiquei sem chão, eu vivia triste e chorando. Sou muito grata a Deus e à minha família, que têm me dado força para seguir. Agradeço diariamente por mais um dia de vida”.

Ela foi diagnosticada com câncer de mama em dezembro do ano passado, após dois anos sem fazer mamografia. “Em novembro, comecei a sentir algumas pontadas embaixo do seio direito, mas antes disso eu já sentia uma queimação, achei até que poderia ser princípio de infarto. A confirmação do câncer veio depois do exame na mama. Em maio, passei pela primeira cirurgia e, em seguida, iniciei as sessões de quimioterapia”, conta.

Saionara recorda o sentimento ao receber o diagnóstico. “Foi terrível, jamais pensei que passaria por isso algum dia. Foi um turbilhão de emoções para mim e para a minha família”, afirma ela, que aproveita para elogiar o serviço do HAC.  “O atendimento tem sido bom. São profissionais muito atenciosos e carinhosos conosco”.

Bom exemplo

Maria Suely Augusta da Cunha Silva, 57 anos, descobriu o câncer de mama ao realizar o autoexame em sua casa e também iniciou o tratamento na unidade, em 2016. “Foi assustador, tive muito medo. Quando fui diagnosticada, tinha apenas quatro meses que eu havia feito a mamografia e os ultrassons.  Meu tratamento durou dez meses, foi um período difícil e doloroso, mas passei por ele na certeza da cura, pela minha fé. Tive um tratamento de excelência no Alberto Cavalcanti. A equipe teve todo o cuidado em me deixar confortável, segura e confiante, o que fez com que a experiência vivida no hospital fosse positiva e minhas necessidades prontamente atendidas. Hoje, celebro nove anos de cura do câncer de mama”, conta.

Depois de viver na pele essa experiência, ela aderiu à causa e organiza caminhadas, anualmente, no mês de outubro. “Minhas amigas fizeram parte do processo. Tudo iniciou como um chá rosa em agradecimento à minha cura, no qual pedi para que elas levassem kits de higiene e beleza para ajudar outras mulheres a se cuidarem durante a luta contra o câncer”, relata a ex-paciente.

“A cada ano, o número de mulheres que me procurava, perguntando sobre como passar pelo tratamento, aumentava. Com a pandemia, não podíamos nos reunir em um espaço fechado e, então, veio a ideia da caminhada, que já está em sua quinta edição e, este ano, reuniu, 8 mil mulheres e arrecadou 20 mil itens de higiene pessoal e beleza, em prol de pacientes oncológicas que estão em tratamento pelo SUS. Além disso, realizamos palestras e levamos informações sobre a conscientização da prevenção contra o câncer e testemunhos de fé”, ressalta.

Ela afirma que ter descoberto a doença logo no início e ter tido um bom atendimento no hospital fizeram toda a diferença para alcançar a cura, e deixa uma palavra de apoio para as mulheres que estão lutando contra o câncer atualmente. “Tenha fé. É um momento desafiador, mas o câncer tem cura. Não desista”.

Mutirão de agulhamento

Ao longo do mês de outubro, o HAC realizou uma série de eventos com foco na conscientização sobre a prevenção ao câncer de mama, que incluíram palestras na unidade e ações de rua.

Também foi realizado um mutirão de cirurgias diagnósticas no hospital, no dia 19, que contou com a atuação de quatro mastologistas e dois residentes da área, além da equipe de enfermagem e do suporte administrativo.

Na ocasião, oito pacientes foram submetidas a cirurgias de setorectomia (intervenção conservadora da mama) com agulhamento prévio por mamografia. “Trata-se de uma cirurgia diagnóstica de lesões suspeitas nas mamas. A maioria delas nunca teve câncer de mama e está passando por investigação de achados suspeitos. Assim, agilizamos a realização dessas cirurgias, focando no diagnóstico precoce”, explica a  mastologista e coordenadora do Serviço de Mastologia do HAC, Luciana Azevedo.

Cuidados

De acordo com a mastologista da unidade, Denise Helena Resende Fonseca, o principal grupo de risco para o desenvolvimento do câncer de mama são mulheres acima dos 55 anos, com história familiar positiva para a doença, antecedentes pessoais de lesões de alto risco na mama, portadoras de mutações oncogênicas e aquelas que passaram por irradiação do tórax antes dos 30 anos.

A médica destaca ainda fatores de risco ambientais, como sedentarismo, exposição a agrotóxicos, hábitos de trabalho noturno, uso de terapia de reposição hormonal e etilismo (consumo excessivo de bebidas alcoólicas) como possíveis causas que podem aumentar as possibilidades de desenvolver a doença.

Segundo ela, a melhor forma de tentar evitar o câncer é manter hábitos saudáveis. “O câncer de mama é uma doença multifatorial, ou seja, não existe uma causa única. Alguns hábitos podem ajudar na redução do risco de desenvolvê-la, como evitar consumo de bebidas alcoólicas e manter a prática de atividades físicas regulares. Além disso, a amamentação também atua na prevenção”.

O diagnóstico é feito por meio de biópsia de uma lesão suspeita e, quanto antes realizado, maiores as chances de cura da paciente. “Por isso, a importância de realizar exames regulares como a mamografia, na qual é possível identificar lesões bem pequenas, iniciais, que ainda não são possíveis de sentir”, alerta a médica.

A mastologista destaca ainda que para um bom resultado do tratamento, além dos hábitos de vida saudável, é essencial o apoio e suporte emocional de amigos e familiares.