Fazer exercício e tomar energético é um perigo

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Pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, publicaram, recentemente, mais um estudo que alerta para os perigos da ingestão indiscriminada de bebidas energéticas, como Red Bull, Flying Horse e Monster. Esse tipo de produto, segundo os cientistas, pode causar problemas cardíacos, nervosos e estomacais. A informação foi divulgada pelo site americano Web MD, especializado em notícias médicas.

O principal alerta do estudo está relacionado a uma redução no diâmetro dos vasos sanguíneos que pode ser provocado pelos energéticos e que compromete o funcionamento do sistema cardiovascular. Isso pode se tornar um problema ainda mais sério em pessoas que fazem uso de bebidas energéticas antes de praticar atividades físicas. “Ao exercitar, você precisa que a função arterial esteja funcionando ‘no máximo’, pois o fluxo sanguíneo deve levar oxigênio às células rapidamente. A redução no diâmetro dos vasos compromete diretamente esse processo”, comenta o professor John Higgins, um dos autores do estudo, em entrevista ao Web MD.

Ainda de acordo com Higgins, como o coração precisa trabalhar mais durante os exercícios e acaba tendo menos oxigênio na corrente sanguínea, em virtude do estreitamento dos vasos causado pelo energético, a situação se torna propícia para a ocorrência de uma parada cardíaca. O professor ressalta que, por esse motivo, existem, inclusive, muitos registros de crianças que sofreram infarto após ingerirem energéticos.

Ele faz questão de alertar que jovens menores de 18 anos, em geral, jamais devem consumir esse tipo de bebida. Mulheres grávidas ou em processo de amamentação e pessoas com sensibilidade à cafeína, além de cardiopatas, também não devem beber energéticos.

Metodologia

Segundo o Web MD, para concluir que essas bebidas podem estar relacionadas a um processo de redução do diâmetro dos vasos sanguíneos, os pesquisadores da Universidade do Texas analisaram os dados de saúde de 44 estudantes de Medicina, com 20 anos de idade, saudáveis e que afirmaram nunca ter fumado.

Durante o estudo, cada um deles teve aferida a dilatação média dos vasos sanguíneos por meio de um indicador chamado fluxo arterial, que pode ser medido por meio de ultrassonografia. Isso foi feito antes e 90 minutos após os participantes ingerirem cerca de 700 ml de energético.

Na pesquisa, os cientistas constataram que a aferição realizada após a ingestão da bebida apontou um diâmetro dos vasos sanguíneos dos estudantes “dramaticamente menor”. Ou seja, o sistema cardiovascular deles foi comprometido por conta do produto rico em cafeína e taurina.

Ainda de acordo com o site de notícias médicas, a suspeita é de que os principais ingredientes das bebidas energéticas sejam responsáveis pelos efeitos nocivos detectados no estudo. Entre esses componentes estão: cafeína, açúcar e, principalmente, a taurina – um aminoácido que, originalmente, era extraído do sêmen de touros, mas hoje é produzido artificialmente.

Alerta

No começo deste ano, o Serviço de Abuso de Substâncias e Saúde Mental do governo dos Estados Unidos publicou um alerta voltado para a ingestão indiscriminada de bebidas energéticas. O documento destaca que, entre 2007 e 2011, houve um aumento de 279% nos atendimentos médicos de urgência motivados por pessoas acima dos 40 anos de idade que ingeriram energéticos e que sentiram algum tipo de mal estar. Ainda de acordo com o levantamento, em grande parte dos casos, os pacientes não misturaram álcool ou drogas com essas bebidas.