Estudo associa refrigerante dietético a maior risco de AVC

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Segundo estudo publicado na última quinta, dia 14 de fevereiro, no periódico científico Stroke, da Associação Americana do Coração (American heart Association), pessoas que consomem diariamente duas ou mais latinhas (355 ml) de refrigerante sem açúcar têm 25% mais chance de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 33% mais risco de ter doenças cardiovasculares. Em comparação com indivíduos que raramente ou jamais bebem esse tipo de bebida, o risco de morte prematura é 16% superior.

“Refrigerantes diet ou sem açúcar não são inofensivos”, afirmam os cientistas na pesquisa recém publicada.

Os cientistas analisaram dados de 81.714 mulheres pós-menopausa, com idades variando entre 50 e 79 anos, que foram acompanhadas por um estudo maior durante cerca de 12 anos.

“Nossa pesquisa e outros estudos observacionais revelam que bebidas com adoçantes artificiais são perigosas para a saúde e seu consumo está associado a um risco bastante significativo de AVC e de ataque cardíaco”, alerta a pesquisadora Yasmin Mossavar-Rahmani, professora da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, líder do estudo, em comunicado enviado à imprensa.

O novo estudo foi baseado sobretudo nos efeitos das bebidas diet em mulheres, especialmente as que são obesas: para este grupo, o consumo de uma ou duas latas de refrigerantes sem açúcar dobram o risco de AVC.

Contraponto

Em nota enviada à imprensa, em resposta ao estudo publicado no Stroke, a Associação Internacional de Adoçantes (International Sweeteners Association) afirma que as evidências encontradas pelos pesquisadores, incluindo as mais recentes encomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), indicam que “não existem provas que os adoçantes de baixas calorias podem causar ou aumentar o risco de doença cardiovascular”.

“Como se sabe, os estudos observacionais apresentam certas limitações, incluindo a possibilidade da causalidade inversa e de fatores que podem afetar as associações reportadas, bem como as declarações incorretas por parte dos participantes. Nesse artigo, o consumo de adoçantes de baixas calorias foi baseado apenas na opinião pessoal do participante e não num método válido para a ingestão dietética. Para além disso, tal como os autores reconhecem, pode ser o caso de os padrões de consumo terem mudado com o decorrer do tempo antes dos problemas de saúde serem registrados”, afirma a associação na nota.