2018, o ano do crescimento?

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Segundo o Palácio do Planalto e o IBGE o Brasil encontra-se tecnicamente fora da crise. Isso porque após três trimestres consecutivos de crescimento do PIB evidencia-se que o nosso país conseguiu sair de sua pior recessão econômica dos últimos anos.

Entretanto, ainda não é possível mensurar se esse crescimento é sustentável. Ora as famílias que estimulam o crescimento encontram-se altamente endividadas, apesar de sua melhora na expectativa econômica, ainda há o receio dos gastos diante da incerteza do emprego. Outro fator que estimulou o crescimento foi a supersafra de grãos do início de 2017 que, entretanto, pode não se repetir esse ano. 2018 é um ano de incertezas, com cenários econômicos instáveis, e apesar da recuperação no fim de 2017, ainda temos um contingente de 12 milhões de desempregados, 20 milhões de pobres e 9 milhões de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza.

Com essas pessoas ainda fora da roda econômica, existe uma tendência de estagnação e baixo desempenho econômico. Existe ainda um agravante: a eleição presidencial. O Brasil tem hoje o Presidente mais impopular de sua história, com 88% de desaprovação e uma grande incerteza de quem será o próximo a governar nosso país. Isso porque qualquer indicação do atual presidente não vingaria nas eleições e o cenário se complica ainda mais, pois temos na disputa um ex-presidente popular entre os mais pobres, porém, muito provavelmente, impugnado pela justiça de poder participar das eleições, um candidato numa classe mais conservadora, porém sem muito conhecimento técnico e manejo político. Já os demais presenciáveis permanecem na disputa sem a confiança e o conhecimento dos brasileiros.

Diante das incertezas políticas combinando com uma economia estagnada e pouco dinâmica, os mais otimistas acreditam num crescimento do PIB de 2,70%, resultado muito expressivo, em vista que épocas de eleição existe um “cuidado” maior do governo com a economia, mas será mesmo que podemos afirmar que saímos da recessão e esse é o ano da virada?

Aposto numa apreensão e certo cuidado para este ano que inicia. Sim, saímos da recessão porque voltamos a consumir, pois precisamos consumir. Mas com tanta gente fora da roda econômica, será mesmo que vamos retomar aos anos de ouro de nosso país? Ou teremos uma década perdida por conta dos problemas econômicos e principalmente políticos que enfrentamos no biênio de 2015/2016? Nosso Congresso Nacional está preparado para trabalhar para o povo ou apenas para si mesmo? Infelizmente ainda estou pessimista com relação a essa alarmada saída da recessão, acredito que devemos ser mais cautelosos nas nossas escolhas.

2018 será o ano que dará o tom de 2019 e virá para mostrar se as projeções do governo e do mercado estavam certas e se saímos mesmo da crise.

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Coluna de Pâmela Sobrinho
Economista e Pós-Graduada em Controladoria e Finanças e Gestão Empresarial pela FGV
Instagram: @plsobrinho