Casos prováveis de dengue crescem 160% em Minas

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Aedes aegypti. Imagem: redes sociais/

Após dois anos em queda, o número de prováveis casos de dengue voltou a crescer no país em 2019. Só em Minas Gerais, segundo o boletim epidemiológico de monitoramento do Aedes aegypti, divulgado no dia 21 de janeiro, são 4.112 casos prováveis de dengue, que já estão confirmados ou são suspeitos o que representa um aumento significativo dos casos de dengue em Minas Gerais.

O dado representa um aumento de 161,7% em relação a primeira quinzena de janeiro, quando eram 1.571 diagnósticos prováveis. Para efeito de comparação, os meses de janeiro e fevereiro de 2018 somaram 4.322 situações semelhantes.

O sinal de alerta está ligado no estado desde outubro, quando o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Liraa) apontou que ao menos 40,7% dos municípios estão em situação de risco ou em alerta para a possibilidade de surto da doença. A apuração realizada no ano passado já se confirmou em oito municípios mineiros, onde a incidência está muito alta (mais de 500 casos prováveis por 100.000 habitantes). São eles: Várzea da Palma (Norte), Campina Verde (Triângulo), Martinho Campos (Centro-Oeste), Guarani (Zona da Mata), Campo Azul (Norte), Unaí (Noroeste), Mirabela (Norte) e Arcos (Centro-Oeste).

A situação mais preocupante está em Arcos, onde 579 casos prováveis já foram computados entre 16 de dezembro e 12 de janeiro. A prefeitura local decretou estado de emergência. Com o decreto, a administração municipal pôde dispensar a licitação para a contratação e aquisição de bens e serviços necessários para combater a epidemia. Até mesmo o prefeito e o secretário de saúde foram para as ruas para eliminar os focos dos Aedes aegypti.

Em relação ao município de Arcos, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) informou que tem adotado medidas para auxiliar no controle do vetor Aedes aegypti, como aplicações de Ultra Baixo Volume (UBV) no município, conforme estabelecido nas diretrizes do governo federal.

Uma parceria entre a pasta e o Executivo municipal também garantiu que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) será acionado diretamente, no caso dos pacientes graves. A medida ajuda os enfermos a se estabilizarem, o que evita óbitos. Ocorrerá, ainda, uma capacitação para os profissionais no dia 7 de fevereiro.

Outras três cidades apresentam incidência alta e 22 municípios estão com média incidência. O baixo risco faz parte de 230 municípios, enquanto 590 estão sem casos registrados. O governo do estado investiga dois óbitos que teriam sido provocados pela doença – uma suspeita foi descartada desde a última semana.

Chikungunya e zika

Em relação à febre chikungunya, Minas Gerais registrou, neste ano, 63 casos prováveis da doença, sendo uma gestante entre os casos suspeitos. Houve um crescimento de 370,5% no comparativo com semana passada, Em 2018, foram 11.765 notificações e uma morte confirmada, em Coronel Fabriciano (Vale do Rio Doce). Outras duas ainda estão sendo investigadas.

No caso da zika, foram registrados 23 casos prováveis da doença em 2019. Até semana passada, eram seis diagnósticos confirmados ou suspeitos. Os quadros deste ano estão distribuídos em 12 cidades mineiras.