A cidade de Betim passa por redução de 50% dos índices de crimes violentos, de acordo com último balanço dos registros de ocorrências diárias da polícia Civil e Militar e dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) do mês de novembro dos últimos três anos. Os crimes violentos incluem homicídio consumado e tentado, roubo a mão armada, sequestro e cárcere privado e estupro.
O ano de 2016 foi o maior de crimes violentos sendo 643 casos, e em 2018 obteve apenas, 320 casos. Em destaque na constatação de quedas está o crime de roubo a mão armada (assalto), que em 2016 era de 601 e 2018 caiu para 299. Os homicídios consumados caíram de 18 para 04.
Investimento na Guarda Municipal
A corporação formada pelos agentes municipais de segurança pública recebeu investimentos e melhorias que também podem ser apontadas como responsáveis na queda dos números da criminalidade em Betim. De acordo com a Secretaria Adjunta de Segurança Pública, os destaques ficam com o pagamento de abono fardamento, anual, para todos os guardas municipais; a aquisição de 60 pistolas calibre 380, que permitirá que os guardas patrulhem armados e com mais segurança; a compra de kits de distúrbio civil, contendo escudo, capacete e munição não letal, em face de movimentos hostis, que violem gravemente à ordem pública; a contratação de uma psicóloga e um instrutor credenciado pela Polícia Federal, em caráter exclusivo, para preparar os guardas municipais para utilização da arma de fogo; a chegada de nove viaturas do tipo SUV, que permitirá a revitalização da frota da corporação; o incentivo à criação do projeto Guarda Jovem do Bem, em parceria com o Salão do Encontro, que prevê aulas em tempo integral para alunos previamente selecionados, dentre outras ações e a realização do 1º Fórum Municipal de Segurança Pública, quando o cenário e as ações preventivas foram amplamente apresentados.
Mais redução com os programas de prevenção à criminalidade
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) divulgou que em Betim houve a redução de 27,5% na morte de jovens de 12 a 24 anos nas áreas de atuação dos programas Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, na comparação de janeiro a outubro de 2017 com 2018. A faixa de redução de mortes coincide com a atendida pelo Fica Vivo!.
“Betim apresentou, historicamente, taxas elevadas de homicídios dolosos. Nesse momento, é importante apresentar à sociedade o impacto positivo que os programas de prevenção à criminalidade do Estado alcançaram no município, especialmente a redução dos homicídios nos territórios mais violentos”, ressaltou a subsecretária de Prevenção Social à Criminalidade, Andreza Rafaela Abreu Gomes.
De acordo com a Sesp, Betim é o segundo município com maior número de Centros de Prevenção à Criminalidade (CPC) em Minas, quatro ao todo, além de um Centro de Alternativas Penais e Inclusão Social de Egressos do Sistema Prisional (Capie). Para a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da Sesp, isso ocorre porque a política é construída por meio do diálogo com os moradores dos territórios de atuação. “É uma política voltada para o público e construída com o público. Esse é o grande ganho da prevenção em Minas”, destaca Andreza.
Entenda os programas
O Fica Vivo! tem como objetivo controlar e prevenir a ocorrência de homicídios em áreas com altos índices de criminalidade violenta no Estado, melhorando a qualidade de vida da população. Realiza atendimento psicossocial e encaminhamento para a rede de serviços públicos, além de oferecer cerca de 40 oficinas de esportes, arte e cultura. Em Betim, o programa atende uma média de 1.100 jovens por mês, na faixa etária de 12 a 24 anos.
Também presente em Betim, o Mediação de Conflitos atende uma média de 1.400 pessoas por mês e promove resolução pacífica de conflitos sociais. Por meio do programa, brigas entre vizinhos, pais, filhos, cônjuges e demais questões familiares são solucionadas com diálogo, sem o uso da violência.
Além do Fica Vivo! e Mediação de Conflitos, a Subsecretaria de Prevenção à Criminalidade desenvolve em Betim os programas Ceapa e PrEsp. O PrEsp trabalha com o intuito de favorecer o acesso a direitos e promover condições de inclusão social de egressos do sistema prisional, minimizando as vulnerabilidades relacionadas aos processos de criminalização e agravadas pelo aprisionamento. Em 2018, de janeiro a outubro, o PrEsp realizou, em Betim, mais de 700 atendimentos a egressos e teve 263 novos inscritos trabalhando uma nova trajetória de vida.
Já a Ceapa trabalha com a responsabilização de pessoas que cometeram pequenos delitos e busca o fortalecimento e consolidação das alternativas à prisão no Estado. De janeiro a outubro desse ano, o programa realizou 1.110 atendimentos e aproximadamente 320 encaminhamentos para cumprimento de alternativas penais.