Até que ponto o homus é um alimento saudável?

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Foto: Pixabay

O homus, pasta à base de grão-de-bico cozido e triturado, tahine (creme de gergelim), azeite, suco de limão, sal e alho, é um alimento típico de países do Oriente Médio, mas que pode ser facilmente encontrado no Brasil. Para quem curte culinária árabe, esse “patê”, além de saboroso, é naturalmente isento de glúten e lactose. Mas, até que ponto ele faz bem para a saúde?

Essa mistura de ingredientes gera um alimento rico em nutrientes, diz a nutricionista Elizabeth G. Matteo, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, em entrevista para a revista americana Time. “Ele, geralmente, fornece mais vitaminas e minerais do que muitos outros molhos ou pastas”, comenta a especialista, citando como nutrientes presentes no homus o cálcio, o folato (ácido fólico) e o magnésio.

Outra ação benéfica desse produto presente nos restaurantes árabes é a capacidade de estabilizar o açúcar no sangue (manter o índice glicêmico estável) e prevenir doenças cardíacas, segundo a nutricionista Lindsey Pine, que trabalha na Disney de Los Angeles (EUA), também em conversa com a Time. Ela esclarece que o homus contém o que ela chama de “tríade de macronutrientes” – gordura saudável, proteína e fibra – que mantêm você saciado, o que é fundamental para manter o peso adequado.

Assim como os feijões, as lentilhas, as ervilhas e outras sementes comestíveis que se enquadram na categoria de “leguminosas”, os grãos-de-bico são uma ótima fonte de proteína e fibra em comparação com outros ingredientes vegetais. Mas, não espere receber sua dose diária de fibras comendo apenas homus: duas colheres de sopa da pasta contêm cerca de dois gramas de proteína e um grama de fibra. A recomendação diária de consumo desses nutrientes é de cerca de 50 gramas de proteína por dia, para um adulto médio; e, em relação à fibra dietética, de cerca de 25 gramas por dia para as mulheres e cerca de 38 gramas por dia para os homens. O grão-de-bico também não pode ser um substituito das tradicionais proteínas, já que não tem todos os aminoácidos essenciais como a carne vermelha, peixes, laticínios e ovos.

Embora todos o homus seja feito de ingredientes saudáveis, é preciso cuidado para não exagerar no consumo. “É relativamente alto em calorias, devido ao teor de tahine e de azeite”, comenta a nutricionista Angela Lemond, porta-voz da Academia de Nutrição e Dietética dos Estados Unidos, em entrevista para a revista Time. Duas colheres de sopa da pasta podem ter cerca de 70 calorias, então “é muito fácil exagerar”, acrescenta Pine. Ela sugere comprar porções menores ou dividir o “patê” árabe em pequenas quantidades.

Além disso, as especialistas alertam que, antes de adquirir produtos industrializados, especialmente os enlatados, deve ser consultada a quantidade de sódio presente na fórmula. O ideal é consumir a pasta que tenha no máximo 80 mg de sódio a cada duas colheres de sopa.

Outra questão diz respeito ao acompanhamento do homus. Usá-lo com pão pita (ou sírio), batata frita ou biscoito tipo cracker pode inviabilizar uma refeição saudável, alerta a nutricionista americana. Em vez disso, ela sugere o consumo de vegetais crocantes, como pimentão, brócolis, aipo e cenoura, ou usar a pasta como um “tempero” de saladas ou proteínas consumidas na dieta mediterrânea, como falafel (bolinho parabe de grão-de-bico com especiarias), peixe ou frango. Se ainda assim você quiser desfrutar de homus com pão, de acordo com a Time, Elizabeth G. Matteo sugere trocar o pão sírio comum pela opção integral.