Afinal, grávida pode curtir o Carnaval?

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Muitas foliãs devem seguir o exemplo da cantora carioca Cláudia Leitte, de 38 anos, que revelou na TV que não pretende abandonar o Carnaval de Salvador apesar da gravidez. Mas, essa atitude é sensata? De acordo com a ginecologista Karine Gavioli, ginecologista do Grupo São Cristóvão Saúde, gestantes que querem “cair na folia” precisam levar em conta alguns fatores, principalmente o estágio da gravidez.

Como cada gestação possui suas particularidades, é importante consultar o médico que está acompanhando o período gestacional antes de participar do Carnaval. De acordo com a especialista, a cada três meses, o desenvolvimento do bebê alcança um novo estágio, fazendo com que os riscos e as recomendações sejam diferentes.

Primeiro trimestre
É o comecinho da gravidez. “Nessa fase, o feto está começando a se formar, portanto, é importante evitar a inalação de fumaças tóxicas, a ingestão de bebidas alcoólicas e a utilização de química no cabelo. O apoio de pessoas próximas à gestante é essencial nessa fase, porque costuma ser um período de muitas dúvidas e de adaptação à presença de outro ser dentro de si”, afirma Karine Gavioli.

Segundo trimestre
Conforme a médica, nesta etapa, o corpo da mulher já começa a passar por alterações mais visíveis e a presença do bebê já pode ser notada. “Nesse período, as grávidas ainda costumam se sentir bem dispostas, por isso, é necessário ter atenção para não exagerar nas atividades físicas e evitar grandes impactos para o bebê, buscando locais livres e com ventilação”.

Terceiro trimestre
“O final da gravidez é um período de grande cansaço e ansiedade. O corpo da mulher passa por mudanças significativas e isso pode causar um desconforto com a própria imagem, além da dificuldade de encontrar uma posição confortável para dormir”, diz a especialista. Neste caso, ela recomenda que a grávida permaneça em locais seguros onde há a possibilidade de sentar e se refrescar a qualquer momento.

De qualquer forma, Karine lembra que o Carnaval é uma época de alegria e alto astral, o que podem fazer bem para a saúde emocional da gestante, que passa por vários períodos de mudança, adaptações, desconfortos e dúvidas. Se liberada pelo médico, a folia pode contribuir para elevar a autoestima da mulher e reforçar as relações interpessoais. Assim, com a saúde mental em dia, é importante também não descuidar da saúde física.

“É fundamental beber bastante água e se alimentar com frutas e verduras, que são alimentos leves e facilmente digeridos, evitando alimentos gordurosos”, afirma a médica, que cita ainda outras dicas para evitar desconfortos durante a festa: usar roupas leves, como vestidos soltinhos; preferir sapatos sem salto, como sandálias e sapatilhas; usar fantasias frescas e soltas; optar por locais bem ventilados; alternar entre períodos de descanso e curtição.

A ginecologista frisa ainda que a realização de grandes esforços físico e a falta de momentos de descanso, típicos de quem segue um bloco carnavalesco ou trio elétrico, podem aumentar o risco de trabalho de parto prematuro nas gestantes com menos de 37 semanas, e estimular o nascimento em gestantes com mais de 37 semanas. “Uma dica para as foliãs inveteradas é curtir o Carnaval em locais de fácil acesso a hospitais, com responsabilidade e atenção aos sinais de alerta orientados pelo médico do pré-natal”, afirma Karine Gavioli.