3,5 milhões de pessoas vivem em cidades brasileiras onde há barragens com risco de rompimento

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Congonhas (MG), onde casas ficam a 250 metros de uma barragem

Cerca de 3,5 milhões de pessoas vivem em cidades brasileiras onde estão localizadas barragens com risco de rompimento, segundo relatório da ANA (Agência Nacional de Águas) divulgado no fim do ano passado. O número representa aproximadamente 2% da população do país.

O relatório apontou que 45 estruturas do tipo apresentavam falhas estruturais. As barragens estão espalhadas por 13 estados e mais de 30 municípios.

Entre os problemas citados no relatório, estão infiltrações, buracos, rachaduras e falta de de documentos que garantem a segurança da estrutura.

O número pode ser maior porque nem todos os órgãos fiscalizadores enviam as informações completas sobre suas barragens à ANA.

Um dos lugares que vive sob o medo é Congonhas, cidade histórica de Minas Gerais. Na cidade há uma estrutura de rejeitos a apenas 250 metros de distância dos moradores.

Em Conceição do Mato Dentro, também em Minas, há casas que ficam a menos de 1 km da barragem de rejeitos da mineradora Anglo American.

O coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Iury Bezerra, critica a falta de informações à população sobre as barragens. “As pessoas não sabem como, nem quais elementos indicam o rompimento de uma barragem ou o que fazer em caso de acidente”, diz. “É preciso preparar as pessoas para conviver com a nova realidade”.